Um pouco do Brasil na Terra Média

Essa é uma série de posts que eu sempre quis fazer e por tempos fui juntando fotos e informações a respeito mas que não coloquei pra valer no blog.
Vira e mexe acho alguma coisa feita no Brasil ou algo brasileiro por aqui e me surpreendo.
Pra começar escolhi o artista plástico e designer Romero Britto que ficou famoso nos anos 90 quando virou queridinho dos ricos e famosos nos Estados Unidos incluindo Madonna e estampou as latas de Pepsi no Brasil.
Recentemente ele fez uma parceria com a Disney e colocou seu estilo nos personagens famosos como Mickey e Pooh Bear. Alem de uma linha de louças como xícaras e bules de chá.
Já vi seus objetos em umas duas lojas por aqui e os preços são bem salgados, claro.

 

 

 

 

 

Notícias da Terra Média - Os Hobbits

Todo mundo sabe minha paixão pela trilogia O Senhor dos Anéis que, inclusive inspirou o nome to meu blog.
Já assisti aos filmes algumas vezes e fiquei incrivelmente animado quando soube que a produção do O Hobbit estava pra começar e sendo filmada aqui na NZ ou "Terra Média".
Agora a espera está próxima do fim e o filme estréia por aqui no dia 13 de dezembro.
Uma coisa muito bacana que apareceu esta semana é o novo vídeo de instruções de segurança para vôo da Air New Zealand.
A companhia aérea nacional tem nos últimos anos produzidos vídeos de segurança muito bacanas o que a tornou uma excessão no mercado aéreo trazendo algo novo pro sempre chato, porém necessário procedimento de segurança que todas as companhia em todos os vôos tem que fazer antes da decolagem.
Enfim, a Air New Zealand já usou os All Blacks e outras celebridades nos seus vídeos e dessa vez usou O Hobbit como tema, detalhe pra participação especial de Peter Jackson e da parceria com a Weta que fez toda a produção de efeitos e maquiagem pra trilogia e para O Hobbit e que é ícone mundial de efeitos especiais e é 100% kiwi!
Abaixo o vídeo que já virou febre por aqui e outros mais antigos que são muito bacanas também!

 

 

 

 

Safety flying everyone!

Uma noite na Bahia.

O show Bahia of All Colours foi simplismente tudo que eu esperava e melhor!
A riqueza visual e musical são os destaques do show com passagens pela cultura do candomblé como no vídeo abaixo e a beleza da capoeira, maculelê e a eletrizante danca do afixirê. E pra finalizar uma passagem pelo Pelourinho com o afro reggae do Olodum e do carnaval de Salvador com boa parte da platéia dançando junto com o grupo, incluindo eu e Eli!

Os kiwis Nathan e Blair gostaram muito do show e assim como todos os presentes ficaram impressionados com a vitalidade e resistencia dos dançarinos que não pararam de dançar por quase duas horas!

Bahia de todas as cores.

Se a saudade da Bahia parece que não vai embora parece que os Deuses encontraram um jeito de matar a saudade ou pouquinho.
O Otago Festival of the Arts desse ano traz um calendário repleto das mais variadas opções de artes incluindo teatro, dança, circo, música e artes visuais.

Andando pela rua aqui em Invercargill me deparei com essa foto aí do lado num poster de divulgação de um dos shows. Não acreditei quando li o nome da atração: Bahia of All Colours - Balé Folclórico da Bahia. Que acabou de se apresentar na cerinônia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Londres! Que oportunidade incrível de ver e sentir mais uma vez a energia dessa terra abençoada!
As apresentações serão nos dias 12 e 13 de outubro em Dunedin com ingressos bem temperados como um vatapá, entre NZD$44.00 e NZD$88.00.
Mas quem se importa? Eli e eu já organizamos nossas folgas no trabalho e hoje mesmo vou comprar os ingressos.
Que seja uma noite de muito axé!

Mundo Olímpico

Estou me recuperando da overdose esportiva que me aflige a cada quatro anos...amo os Jogos Olímpicos e se eu pudesse teria férias durante o período pra viver em frente à TV.
Pela segunda vez acompanhei tudo daqui da NZ e ainda é cedo pra dizer que meu coração se dividiu entre minas duas nações porque vamos concordar que já é dificil acompanhar os atletas brasileiros durantes suas competições agora imagine acompanhar os kiwis também!
Sem TV a cabo a cobertura ficou um pouco restrita mas consegui ver alguns brazucas competindo e vibrei sim vendo os kiwis conquistando suas medalhas.
Medalhas que por sinal vieram em menor número que o Brasil 13 contra 17 sendo 6 delas de ouro, colocando a NZ na 15º posição e o Brasil apenas em 22º.
Para um país com pouco mais de 4 milhões de habitantes é um desempenho incrível e vale destacar que a NZ gastou nem mesmo metade do dinheiro gasto pelo Brasil na preparação para os jogos.

 O remo de longe é a máquina de medalhas por aqui, trazendo 3 ouros e 2 bronzes.
Esses jogos foram os primeiros em que pudermos ver o Brasil focando mais nos esportes individuais que por conseguinte oferecem mais medalhas ao invés de colocar muito empenho (leia-se dinheiro) nos esportes coletivos.
Mas o que ainda me frustra demais com relação ao desempenho dos atletas brasileiros é a falta de preparo psicológico e as seguidas "amareladas". Até parece que os atletas conquistam grandes resultados quando ninguém espera e assim não lidam com a pressão. Mas a partir do momento que estão na mídia se apavoram.
Vamos esperar que em 2016 possamos conquistar mais medalhas e o mais importante que o Rio e o Brasil possam organizar jogos tão bons quanto os de Londres.

O melhor dos jogos?

O ouro de Arthur Zanetti nas Argolas. Com uma apresentação incrível e perfeita!
*Espero que ele consiga seguir no mesmo nível e não se torne mais um que não consegue repetir os feitos.

O bi-campeonato das meninas do vôlei. Como amante do volei não podia pedir por mais nada, acordei de madrugada pra acompanhar o jogo pelo UOL no meu celular e confesso que foi difícil não gritar!!!

Melhor momento kiwi foi o ouro dos remadores Nathan Cohen e Joseph Sullivan no skiff duplo. Na metade da prova eles eram quintos e nos últimos 500 metros simplismente arrancaram e passaram todo mundo pra ganhar o primeiro ouro da NZ nos jogos.
O mais especial é que Nathan é de Invercargill!!!!



O pior?

As amareladas épicas de Diego Hypólito, Maureen Maggi e Fabiana Murer. Todas eram esperadas pra ser sincero, não?

O futebol feminino que nem na trave chegou desta vez.

Pior momento kiwi foi a derrota das meninas do hoquéi na disputa da medalha de bronze.

Resumão

Voltamos, eu e Nathan, do Brasil há algumas semanas e para deixar tudo atualizdo faço um resumão dos acontecimentos desde então.
Chegamos de viagem num sábado de manhã, graças a minha amada prima Adriana que nos deu uns comprimidos para dormir conseguimos "apagar" por 6 horas no vôo de Santiago para Auckland...tuuudo!
No trajeto Auckland - Invercargill senti demais a mudança climática, senti muito sono e mal conseguia ficar acordado.
Alana e Lee nos pegaram no aeroporto e nos trouxeram para casa onde já tinham a lareira acesa e café da manhã pronto pra gente, com direito a croissants.
Um frio tremendo me atacou precisei de malhas térmicas e no fim do dia eu não conseguia parar de tremer, nem mesmo depois de um banho bem quente. Achei que era exaustão devido a longa viagem, fui pra cama e acordei de madrugada sentindo que tinha sido atropelado por um caminhão, meu corpo inteiro estava dolorido e de manhã no banho percebi que meu corpo estava coberto de pontinhos vermelhos...hmm. Passei os próximos dias me sentindo horrível.
Fui no médico achando que podia ser dengue e depois de exames de sangue e urina o médico concluiu que era sim dengue baseado na alteração das funções do meu fígado e contagem de glóbulos brancos...não sei ao certo se era dengue ou não mas depois de uma semana tomando antibióticos finalmente comecei a me sentir melhor.
A primeira semana de volta ao trabalho foi um inferno. Mal-estar, falta de concentração, mau humor e um piriri no meu estômago (que já dura quase 3 semanas) tomaram conta e foi f***.
Fiz outro exame de sangue outro dia pra saber se está tudo de volta ao normal, no momento estou me entupindo de comprimidos pra gripe e com o nariz vermelho... minha vida tá um drama!
Mas minha vida não é só drama. Enquanto estávamos no Brasil nos apaixonamos por Otto, filho de Short, cachorros da minha irmã. E assim que voltamos pra casa começamos a procurar por um puppy (filhote). Queríamos algo peludinho, fofo e de tamanho médio, pra ter dentro de casa e fazer companhia.
Encontramos Pedro, essa coisa linda aí...
Queríamos um nome em português, eu queria um nome engraçado pois odeio nome de gente para bicho de estimação. Então eu sugeri Farofa, Amigo, Caju, Pitomba, Carambola e até Chef mas Nathan vetou todos. Pedro era um dos finalistas. Vale explicar que para a lingua inglesa o nome Pedro (Pidrow) é um nome engraçado e diferente.
Os donos dele haviam dado o nome de Patrick e quando Nathan foi busca-lo em Dunedin ele contou pra moça que eu era brasileiro. Ela então disse que deveríamos mudar o nome dele de Patrick pra Pedro pra combinar!!! Estava decidido.
A vida agora é toda em função do pequeno filhote, mas muito mais divertida.

Ele nos ajudou a esquecer um pouco a tristeza pós férias e assim não ficamos com tanta saudade do Brasil assim.

A partida.

Todo mundo tem sua parte favorita das férias que podem ser as mais variadas mas eu acho que todo mundo concorda que a despedida é a pior parte de qualquer férias.
Não importa se você está visitando um lugar nunca antes visitado ou revendo sua família.
O momento da partida é sempre a parte que eu nunca gosto numa viagem.

Até Nathan que é a unica pessoa que eu conheço que gosta de voltar pra casa estava um pouco desanimado em deixar o Brasil.
As três semanas em terras tupiniquins foram incríveis! Eu acredito que grande parte do meu entusiasmo em estar em São Paulo era por poder finalmente mostrar à Nathan de onde eu vim, meus lugares favoritos e a casa onde cresci. Ir para a Bahia era a minha parte mais excitante das férias pois eu nunca estive no nordeste antes e eu queria muito que ele visse o Brasil tropical que é famoso no exterior.
Acontece que três semanas passam rápido demais e na volta do Rio eu me dei conta que praticamente não passei tempo com meus pais, digo, relaxando e simplismente aproveitando a companhia deles. Apertou o coração.
Nathan quer voltar ano que vem e eu falei que é bom voltar quando sentimos saudades e que talvez não seja o caso em um ano mas que não vou esperar dois anos e meio para voltar.
Nathan me disse que sente muita falta da sua família brasileira e que não ve a hora de voltar e eu na verdade voltaria hoje!
Então até a volta Brasil, que seja breve, mais breve do que a gente pensa!

A cidade não tão maravilhosa.

Muitos pontos fizeram da nossa rápida passagem pelo Rio nada especial.
Deixar Itacaré foi difícil, a gente curtiu muito o lugar, as praias, a comida, o sol e as pessoas. Estávamos vivendo no "paraíso" de acordo com Nathan. Amamos tudo e todos!
Sem escolha, deixamos a Bahia e fomos pra o Rio, chegamos no sábado a noite, Vimos o Cristo todo iluminado no alto do Corcovado, fazia calor e ficamos até esperançosos. Não durou muito.
O táxi não tinha medidor e nos cobrou o dobro da corrida normal.
O hostel em Santa Tereza fica numa rua que quase ninguém conhece e é um saco chegar até lá. A casa é bem antiga e tem uma fachada bacana mas ao se entrar no lugar, medo.
Os quartos são amontoados em todos os lugares e para chegar à nossa suíte descemos quatro lances de escada num labirinto que terminou nesse puxadinho cercado por escombros de obra.
O quarto não tinha chave (que foi achada prontamente depois da olhada que dei pro gerente), a mobília estava coberta de poeira, o espelho estava tão sujo que não podíamos nos ver, a cama era velha com lençóis manchados e com furos. E pra deixar tudo melhor o ralo do chuveiro estava coberto com cabelo e pêlo...
Nathan aproveitou que o gerente era inglês e soltou o verbo e depois de uma rápida descrição dos pontos acima fomos convidados a sentar no bar enquanto o quarto era limpo.

De volta ao quarto, agora limpo o suficiente para ser habitado, o sentimento de desânimo era total e não podíamos deixar de pensar no nosso quarto na Pousada Piracanga em Itacaré.
Resolvemos dormir pra acordar num dia melhor que, não veio. Hehehe.
O domingo amanheceu com chuva e quase afogou a nossa animação. Com a chuva e o tempo fechado ir ao Pão de Açucar ou ao Cristo ficaram fora de questão, mas diante de um dia inteiro pela frente botamos o pé na rua e criamos o nosso próprio walk tour pelo centro velho do Rio.
Arcos da Lapa, escadaria Selaron, igrejas e mais igrejas, Glória, Palácio do Catete e pegamos o metrô no Catete até Ipanema onde achamos essa feira de artesanato enorme que nos entreteu por um tempão e de lá fomos até a praia de Ipanema e Copacabana.
O dia terminou num boteco legal na Lapa onde tomamos cerveja por horas e no fim nem achamos o Rio tão ruim assim. Será que foi a cerveja?

Itacaré - We Love You

Itacaré é uma cidade pitoresca, com seu centrinho cravejado de restaurantes e lojas de roupas e souvenirs com suas fachadas cada uma pintada de uma cor, com um povo muito gentil e educado, com sorriso no rosto e sempre disposto a conversar ou ajudar com alguma coisa.
Só o esforço que foi para se chegar à Itacaré foi algo fora do comum. Duas horas e meia de vôo de São Paulo à Salvador. Uma hora de balsa até Bom Despacho na Ilha de Itaparica e aí três horas e meia de carro até chegar lá.
Uma pousada bem perto de tudo logo no centro da cidade mas fora da muvuca, com café da manhã delicioso preparado pela hiper-ativa paulistana Márcia com direito a um decioso bolinho de tapioca.
As mulheres são bonitas por natureza e não se vestem de maneira provocante mesmo com sol forte. Os homens tem sorrisos perfeitos e dorço esculpido pelo trabalho diário sempre exposto devido ao calor.
A comida é simples mas muito saborosa, vale mencionar Tia Dálva do restaurante Estrela D´Alva a melhor cozinheira que conheci nos últimos tempos, seu tempero é simplismente perfeito. Do seu arroz e feijão de todo dia ao bobó de camarão e a moqueca, perfeições!
Os sucos de frutas locais, cacau, graviola, cajá e cajú....que saudades sentirei! E a cerveja ridiculamente gelada, ah!
De nadar na praia da ribeira, espantar todos os carangueijos que fazem tocas na areia da praia, ver os barcos balançando nas ondas da praia do rio de contas e entrar nas piscinas naturais cercado de peixinhos na praia de taipus de fora.
Itacarézinho, cachoreira de Tijuípe, lagoa e praia do cassange e os três milhões de coqueiros carregados que vimos por todos os lados.
Esses cinco dias foram mais do que proveitosos, foram relaxantes, quentes e de muita risada e descontração.
O kiwi que se torrou no sol logo no primeiro dia, amou cada minuto e não queria ir embora do "paraíso".
O que mais poderia pedir.

Brasil

Esse Brasil brasileiro é mesmo único.
O povo continua o mesmo, o transito continua o mesmo e a falta de civilidade nunca foi tão ruim.
Mas a comida nunca foi tão saborosa e a saudade da família nunca foi tão prazeirosa de matar.
Odeio os defeitos mas agorinha mesmo só estou vendo o lado positivo das coisas.
E o kiwi tem se assustado e maravilhado com tudo a cada minuto.
É bom estar em casa.